
O que distingue as meditações de Osho
Há técnicas do zen, a meditação transcendental do Mahesh Yogi e outras técnicas mais. Elas podem ajudá-lo até um certo ponto. Elas podem acalmá-lo, sua superfície pode ficar mais pacífica, mas nada acontece ao seu ser interior. Não pode! E, de certo modo, essa superfície calma é perigosa, porque de um modo ou de outro você explodirá novamente. Basicamente, nada aconteceu. Você simplesmente treinou sua mente consciente a ficar num estado mais imóvel.
Você pode imobilizar sua mente facilmente através de mantras, através de cânticos constantes, através de muitas coisas. Qualquer coisa que cria um enfado interno, irá ajudá-lo a se acalmar. Por exemplo: se você repetir constantemente “Ram, Ram, Ram...”, essa repetição constante criará uma certa sonolência, um enfado, e sua mente começará a cair no sono. Você pode sentir essa sonolência como serenidade, como mansidão, mas não é. Realmente, ela é uma espécie de torpor. Mas você pode tolerar mais a sua vida através dela – pelo menos na superfície, você se sentirá mais contente. Mas as forças, as forças neuróticas, continuarão fervendo por dentro; a qualquer dia elas irão irromper na superfície e você irá desmoronar.
Esses métodos são conciliatórios, e muito poucas pessoas podem ser ajudadas através deles. E aqueles que podem ser ajudados através deles, podem ser ajudados sem nenhuma técnica. São exceções – são afortunados que não nasceram neuróticos. Muitas coisas estão implicadas nisso, mas, como regra, a humanidade não é tão afortunada.
Assim, minha ênfase é para primeiramente dissolver sua divisão interna, fazê-lo tornar-se um – uma unidade. A menos que você se torne um, nada pode ser feito. A primeira coisa é como dissolver sua neurose.
Dessa forma, minha técnica aceita a sua neurose como ela é e tenta liberá-la. Minha técnica basicamente começa com uma catarse. O que quer que esteja escondido deve ser liberado. Você não deve continuar reprimindo: de preferência, escolha a expressão como caminho. Não se condene. Aceite o que você é, porque toda condenação cria divisão.
Simplesmente por condenar, nada é destruído.
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O sexo existe: não o condene. Aceite-o. não crie uma divisão em seu ser, entre as partes do seu ser. A raiva existe: aceite-a. A ambição existe, ou seja o que for: aceite. Eu não digo “seja ambicioso”. Bem ao contrário, no momento em que você aceita, você vai além, porque a aceitação cria uma unidade. E quando você está internamente unido, você tem a energia para ir além.
Quando você está dividido internamente, sua energia está lutando com ela mesma: ela não pode ser usada para nenhuma transformação. Assim, deixe haver uma aceitação do que você é – não condenação. Tudo o que você tem feito até agora, é simplesmente repressão. Tudo isso tem de ser liberado. Se você se torna conscientemente neurótico, um dia, você chegará a um ponto onde você não mais é neurótico.
Isso pode parecer paradoxal, mas aqueles que reprimem suas neuroses tornam-se cada vez mais e mais neuróticos, enquanto aqueles que as expressam conscientemente, livram-se delas. Assim, a menos que você se torne conscientemente insano, você jamais pode se tornar mentalmente sadio.
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E, para fazer essa catarse, você tem de abordá-la de um modo muito metódico, sistemático, porque se trata de torna-se louco com um método – conscientemente louco.
Você tem de fazer duas coisas: permanecer consciente do que você está fazendo e, então, não reprimir nada. Em nossas mentes, consciência significa supressão. Esse é o problema. No momento em que você se torna consciente de certas coisas em você, você começa a suprimi-las.
Esta é a disciplina e isto tem de ser aprendido: ser consciente e não-supressivo, ser consciente e expressivo.
OSHO, Meditação a Arte do Êxtase, # 3